sexta-feira, 9 de setembro de 2011

As vivências do feto no período pré-natal e seus possíveis impactos sobre o futuro desenvolvimento do ser humano



Muitos estudiosos têm se dedicado a compreender melhor os sentimentos e as ações do feto.

Com a utilização de tecnologias, como por exemplo: ultra-sonografia, ecografia, dentre outras, aprimoraram-se as observações referentes ao desenvolvimento físico-emocional do feto, um ser que sente, tem emoções, experimenta prazer e desprazer, angústia e bem-estar.

Já foi constatado que o feto reage a estímulos, chupa o dedo, dorme e acorda, boceja, soluça, se espriguiça, se coça, esfrega as mãos e os pés, brinca com a placenta e com o cordão umbilical, demonstra desagrado dando pontapés e através de hiperatividade, etc.

Ele ouve os sons internos e viscerais da mãe (ex.: voz, ruídos intestinais, batimentos cardíacos) e os sons do mundo externo de forma “abafada”. A voz dos familiares (mãe, pai, irmãos) é importante para o feto. Contar histórias ou cantar uma música são formas de familiarizar esse ser que, ao nascer, ao ouvir esta mesma voz, a reconhecerá no instante que ouvir aquela música ou história.

 Além disso, o feto recebe influência direta das emoções maternas. Tudo o que a mãe sente, pensa, intui, veicula hormonalmente pelo sangue. Ou seja, ele sente as mesmas emoções sentidas pela mãe. Em determinadas situações, o sistema nervoso autônomo da gestante libera certas substâncias neuro-hormonais (como por exemplo: adrenalina) na corrente sangüínea, que ao transpor a placenta modificarão a bioquímica do ambiente intra-uterino. Essas substâncias lançadas na corrente sanguínea maternal atingem o feto através do cordão umbilical.

Por isso, é interessante que a gestante converse com seu futuro bebê, explicando-lhe a causa de suas emoções positivas ou negativas, se possível, tranqüilizando-o.

Para finalizar, gostaria de citar, resumidamente, um caso observado por Alessandra Piontelli, que estudou a vida pré-natal e seu impacto sobre o futuro desenvolvimento do ser humano. 

Primeiramente, ela recorreu a observação ultra-sonográfica de fetos e continuou com um acompanhamento pós parto no ambiente familiar dos mesmos, com um mínimo de interferência possível.

No decorrer de suas pesquisas, referentes à observação de fetos, Alessandra Piontelli deparou-se com os gêmeos Alice e Luca; eles acariciavam-se no ventre através da membrana divisória e com um ano de idade o seu jogo preferido era o de se acariciarem mutuamente através de uma cortina. Cada um ficava de um lado da cortina da sala, mexendo na cabeça do outro, exatamente como faziam no útero separados pelas membranas dos sacos amnióticos.

Por tudo o que foi exposto, acredito que as vivências do período pré-natal têm forte impacto sobre o feto e conseqüentemente podem imprimir marcas em sua personalidade ou até mesmo desencadear patologias futuras.
Renata Marques
Setembro de 2011
Para quem quiser ler mais sobre esse assunto, recomendo os seguintes livros:
A Caminho do Nascimento - autora: Joanna Wilheim
A Cientificação do Amor – autor: Michel Odent
A vida secreta da criança antes de nascer – autor: Thomas Verny
De Feto a Criança - autora: Alessandra Piontelli
O que é psicologia Pré-natal - autora: Joanna Wilheim
Palavras para nascer – autora: Myriam Szejer



2 comentários:

Renata Moulin Magalhães disse...

Rê,que bom que você compartilhou um pouco da sua grande experiência nessa área tão interessante e importante que é o período pré natal e suas implicações sobre o feto. Com certeza vai esclarecer e ampliar a visão de muitas pessoas! Bjo grande!

Daniela França disse...

Rê, adorei!!! Não sabia que vc tinha um blog. Você é muito fera mesmo! Vou enviar para uma amiga que está grávida, ela vai adorar. Um grande beijo! Dani França